O sol surge implacável em meio à torrente de água e
vento da tempestade cinza. Faz o vapor subir do asfalto,
faz as árvores se aquietarem, triunfantes. Um calor de
domingo-na-piscina se eleva, as folhas estao mais verdes,
o canto dos pássaros se torna insuportavelmente feliz.
As máquinas voltam a rangir, o trem passa e os painéis touch
das grandes indústrias reacendem repentinamente. Mulheres
e rapazes estendem roupas ao sol.
Quantos aos relógios, estes voltam, sem sincronia, a marcar as horas,
lentamente procuram obter um consenso sobre o tempo.
Dentro de algumas horas nao haverá nem chuva ou sol,
apenas a neblina.
Olhos curiosos espiam pelas janelas o movimento.
Qual deles mostrará o rosto nas “horas” seguintes?
Arquivado em catarse
Marcado como horas, máquinas, vapor