Alegria Suína

O dia amanheceu um pouco diferente. Meus celulares e despertadores apitaram em sinfonia e uma força vital me tirou da cama.

Levantei com a cara amassada e me olhei no espelho, me lamentando por ter que me arrumar tão rapidamente, sem tempo para tomar um café. Mas o que mais me lamentava era o texto de 300 páginas sobre América Latina que eu tentaria ler durante a tarde para fazer o teste à noite. Sai correndo e parei rapidamente no pastel – para comprar café, que eu consumiria no trajeto até a sala de aula. Entrei na sala e com a cara amassada ouvi as instruções para visitar escolas e entrevistar professoras experientes na lida de nossas escolas públicas. Saímos cedo e fomos pra cantina.

Passamos horas por lá falando bobagens e rindo dos cachorros da uem que coagiam as pessoas por coxinhas que pingam gordura e por esfirras com recheio cru. Eu e uma amiga subimos até a minha casa para confabular sobre o possível show do Strokes esse ano. Ri bastante, depois fomos almoçar com outra amiga.

Eu estava escondendo que no fundo meu pesar aumentava quão mais se aproximava a hora de ler aquele texto chato de 300 páginas. Sentamos na cantina para fazer uma breve digestão e um amigo nosso passou por perto dizendo que talvez as aulas fossem canceladas. Fiquei entusiasmado, mas não acreditei e mesmo que fosse verdade, a prova desse dia não teria sido cancelada. Algum tempo se passou e outra pessoa me disse que não haveria aulas. Fiquei agitado, com vontade de rir.

Descemos até o bloco e veio a confimação: nada de aulas a partir de JÁ!

Meu rosto sorriu enquanto meu espirito saía gritando pela Colombo, desvairado. Mil idéias me vieram à cabeça: eu poderia estudar o maldito texto sem pressa, poderia escrever durante horas a fio, mas a primeira providência que tomei foi substituir um copo de café por um magnífico copo de brahma quase congelada.
E o dia melhorou.